terça-feira, 7 de dezembro de 2010

GERAÇÃO DE MOLENGAS

A geração da minha filha é 80% medíocre. Não sou eu que estou dizendo, não – só estou repassando. Foi ela mesma que disse. E acrescentou ainda: “as garotas da minha idade estão gostando dos garotos mais afeminados”. Eu fiquei estapafúrdio. Ela – minha filha – completa no próximo dia 19, dezesseis anos, e já com um senso crítico bem aguçado. Considero tudo que ela me disse um verdadeiro paradoxo em relação a tudo que eu imaginava e tinha um certo receio. Na minha adolescência eu via pessoas nas ruas protestando, via pessoas cantando músicas de protesto, via uma necessidade tremenda em nós homens de aparentarmos musculosos e viris. Naquela época – 1990 - eu pensava e me perguntava; imagina como será daqui a vinte anos? I Eu imaginava: vai acabar as musicas alegres e sem sentido, porque todo dia surge uma musica com letra contundente e reflexiva demais. Devido tantos protestos os jovens terão a voz mais atuante e ouvida no cenário político do país. Devido tantas horas em academias, os garotos serão um poço de masculinidade e virilidade, uns brucutus.
Eu imaginei tudo errado.
Minha geração de adolescente curtia: Renato Russo, Hebert Viana, Arnaldo Antunes, Lobão, Cazuza, Paulo Ricardo, Jim Morrison e Pink Floyd.
Geração de adolescente de hoje: Restart, Fresno, Luan Santana, Cine, NX Zero, Justin Bieber, Maria Cecilia e Rodolfo e Lady Gaga.
Minha geração de adolescente usava calça lá em cima, as famosas “centro-peito” – não que eu me orgulhe disso. As cores das calças eram duas, ou preta ou azul (jeans). As camisetas eram básicas. No cabelo era sabonete mesmo – de vez em quando um gelzinho – e nada mais. Nos pés, Redlley, New Balance e Tratorado (botinha na cor preta, com solado de pneu de trator, coisa de macho mesmo). Passatempo preferido era passar horas nas academias de musculação ou de alguma arte marcial.
A geração adolescente de hoje usa calças lá embaixo – mostrando à bunda – nas cores mais diversas e imagináveis possíveis. Camisetas idem. No cabelo eles fazem até a famosa – entre as mulheres – chapinha. Nos pés, tênis com cores diferentes que vai do cadarço ao solado. Passatempo preferido passear em shoppings.
Minha geração foi às ruas. Protestou contra presidente. Organizou passeata pedindo paz no mundo. Disse basta a corrupção. Montou QG nas universidades. Tentou ser uma voz ativa no congresso. Minha geração fez de tudo. Mas, infelizmente não alcançou o esperado. Não alcançamos nosso objetivo. Não tornamos nosso sonho em realidade. E o pior, minha geração não conseguiu ser exemplo para as outras gerações.
O ditado popular: “errar é humano, mas persistir no erro é burrice! “  é uma esperança que minha geração esteve errada. E que essa geração de jovens de hoje, sem atitude, sem ambição política, sem sangue na veia, sem sede de vida e sem vontade de lutar por um mundo melhor, esteja certa. Talvez essa geração consiga trazer a paz, a igualdade entre as pessoas e a seriedade em nosso país. Coisas, que a minha geração não conseguiu!

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